A foca-caranguejeira (Lobodon carcinophagus), que foi encontrada na manhã de sexta-feira (10), na praia do Balneário Rosa dos Ventos (município de Itapoá), retornou para o mar no meio da tarde desta terça-feira (11). Este mesmo animal já havia sido registrado na última quinta-feira (7) na Praia da Armação, em Florianópolis, pela equipe da Associação R3 Animal.
 

O animal estava na faixa de areia e, segundo os veterinários deslocados da Unidade de Estabilização de Fauna Marinha da Univille (sede em São Francisco do Sul), para o primeiro atendimento, a foca estava descansando, responsiva e alerta, apresentava boa mobilidade e aparentemente estava apenas desidratada.
 

A foca-caranguejeira se alimenta basicamente de pequenos crustáceos, como o krill. Elas costumam viver em colônias na Antártica, também utilizam blocos de gelos flutuantes para acasalar ou descansar. No Brasil, é mais comum que sejam encontradas no inverno, quando se perdem nas correntes frias que vem do Sul e param em nossa costa para descansarem.
 

Caso o animal reapareça, é importante que a população mantenha distância e respeite a área de isolamento determinada pela equipe do PMP-BS e o tempo de descanso do animal. Além disso, vale lembrar que estes animais são selvagens e, por isso, costumam se assustar com a presença das pessoas e animais de estimação, podendo fugir ou se defender através de mordidas.
 

De acordo com o tratado do Comitê Científico para Pesquisas Antárticas (SCAR), órgão do Conselho Internacional Interdisciplinar para Ciência, é recomendado que animais antárticos (como o caso desta foca) não sejam levados para centros de estabilização ou reabilitação, para não ter risco de contato com diferentes doenças, evitando desta forma, a transmissão de possíveis enfermidades para suas colônias de origem.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A Univille monitora o Trecho 5, compreendido entre Araquari e Itapoá.

Ao avistar um animal marinho debilitado ou morto na praia, ligue: 0800 642 3341 / 3471-3816 / 99212-9218.

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