A professora da Univille Andréa Tamanine tem um currículo de peso. É professora efetiva da Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE. É docente no curso de Direito, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção Mecânica da Univille, leciona Metodologia da Pesquisa Científica e Tecnológica e Inovação e Empreendedorismo. Professora colaboradora no Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação - PROFNIT - Ponto Focal na Universidade Federal de Santa Catarina. Assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - com ênfase na Área de Pesquisa e relacionamento Universidade-Empresa entre os anos de 2002 a 2011.  Também é coordenadora do Núcleo de Inovação e Propriedade Intelectual da Univille de 2008 a 2015 e agente de Inovação da Agência de Inovação da Univille. Lidera projetos de extensão e de pesquisa e realiza orientação de projetos de iniciação científica, e pós-graduação. Desde 2006, desenvolve estudos na área de Propriedade Intelectual, Gestão da inovação, Habitats de Inovação e Gestão de NITs.

Em 2012 fez curso com módulo internacional em Gestão de Parques Tecnológicos e Clusters na Espanha. Em 2013, concluiu MBA Internacional em Gestão da Inovação - PUC-PR e Université de Tecnologie de Compiègne (UTC). Desenvolveu projeto na área de patentes (Univille/INPI), na área de empreendedorismo (UNIVILLE/Proex), na área de formação de engenheiros (Univille/CNPq) e no tema Gestão de Ideias para inovação. Fez parte da coordenação do projeto PEIEX (MDIC/ Univille). Coordena projeto de ativação do Centro de Inovação de São Bento do Sul (SC). É membro do Conselho Deliberativo da Incubadora Tecnológica ITFETEP e do Parque Tecnológico Inovaparq. Possui doutoramento em Letras pela UFPR e é Pós- doutora em Gestão de Parques Tecnológicos - Área de Transferência Tecnológica, pelo Parque Científico da Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha, formação obtida por meio da participação no Programa Parques Científicos e Tecnológicos fomentado pela CAPES. Desenvolve estudos sobre gestão de ideias, inovação frugal e o sistema de inovação da China.

É graças ao seu trabalho e sua expertise que a professora acredita ter sido indicada ao cargo de Secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, tendo muito do seu currículo ligado à academia. “Não tem como desvincular o trabalho como educadora dessa nova função porque estar na Universidade e ter a formação buscada para trabalhar na universidade é o que oportunizou todo esse conhecimento relativo à inovação, ao empreendedorismo, desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologia. São temas com os quais eu trabalho e consegui aprimorar o conhecimento”, diz ela.

Com toda sua expertise, professora Andréa pretende capacitar a equipe que atuará junto a ela e levar essa cultura da inovação para dentro do ambiente público. Há também um vínculo importante com a Secretaria de Educação, já que, para a professora, o Desenvolvimento e a Educação andam juntos numa gestão municipal e a experiência como educadora vai contribuir para que haja uma maior interação entres as secretarias. A professora, inclusive, já conversou com o secretário que assumirá a pasta da Educação para fazer um trabalho relacionado com o Desenvolvimento Econômico. “São Bento do Sul já tem um bom trabalho na educação e acredito que a nova gestão vai continuar a aprimorar esse trabalho que está sendo feito para tornar a educação mais valorizada, ainda mais nesses tempos difíceis que estamos passando com a Covid-19 e as aulas virtualizadas em que a tecnologia acaba tendo um papel relevante”, comenta.

Para a professora, é extremamente importante que mulheres assumam cargos e posições de destaque visto que homens e mulheres têm competências que se complementam, e podem contribuir de maneira igualitária na sociedade. “Há segmentos que são mais restritos a homens e eu vejo isso no tipo de trabalho que faço, inovação e tecnologia, que tem muito a ver com o universo masculino, mas por outro lado vejo muitas mulheres entrando nessa área e há o empreendedorismo feminino. Claro que ainda falta muito, então assumir esse posto abre um espaço importante para as mulheres, especialmente em São Bento do Sul, que é uma cidade em que a participação feminina ainda é pequena nesse setor”. Para a professora, esse é um governo que não se preocupa com rótulos e que olha por outras perspectivas como a competência e a capacidade das pessoas, independente de gênero.

Para as mulheres que pretendem entrar na política, a professora diz que ainda não tem muita experiência no assunto, já que vai ser a primeira vez que adentra o universo político. Entretanto, ela diz que estamos vendo mudanças no sentido da participação das mulheres no governo e isso é um sintoma de que os rótulos estão sendo diminuídos. “As pessoas estão vendo a competência das mulheres em todos os lugares e isso é realmente importante. Sem dúvida eu incentivaria que outras mulheres entrassem na política, se vierem preparadas e com boas intenções. Até para a própria empatia com as situações do universo feminino porque isso também falta, é só analisar por que certas políticas não estão tão relacionadas ou não estão sendo feitas para mulheres, porque quem está fazendo essas políticas não são mulheres”.

No sentido lato, o ramo de pesquisa da professora Andréa é tecnologia associando maneiras de fazer melhor aplicando conhecimento e método, usando também a tecnologia para situações novas e reais, com soluções sustentáveis. “Com a tecnologia, uma cidade pode melhorar de diversas formas, desde o acesso ao cidadão às informações e serviços, até a facilidade e rapidez de observar os problemas do município com coleta e análise de dados. É possível ter uma visão mais ampla dos dados e fazer cruzamento de informações e, por essa visão, você pode tomar decisões mais corretas e em tempo menor. Acredito que a tecnologia vai substituir um monte de coisas que hoje são extremamente custosas desde mobilidade urbana até a saúde. A tecnologia também pode ser aplicada numa cidade na questão da segurança, com sistemas inteligentes de monitoramento e de uso de dados, com indicadores a partir da observância de resultados. Ou seja, a tecnologia precisa ser o alicerce de uma cidade”.

A professora cita como exemplo que os países que já usam esse tipo de tecnologia são os países admirados pelo restante do mundo, que estão com uma boa gestão dos recursos naturais, um tratamento de resíduos adequado, bom atendimento na saúde, entre outros fatores que são subsidiados por fatores tecnológicos. Para ela, será uma nova era com uma nova visão de que é preciso empreender, inovar, modernizar, digitalizar e educar melhor para esse fim, envolvendo professores e estudantes de todos os níveis. Tendo, também, conversas mais próximas com as empresas para que elas indiquem as demandas e que elas possam ver se essas demandas podem ser atendidas localmente ou não, e o que pode ser criado dentro dessa cadeia local. Tudo com muita responsabilidade, pensando no futuro para além dos quatro anos.

Para assumir o novo cargo, a docente da Univille tem dois conceitos em mente: comprometimento e trabalho em equipe. “A expectativa para o governo é de desenvolver ações e programas e que tenhamos parceiros também fora do governo, tanto os munícipes quanto setores do comércio e da indústria, quanto às universidades, todos têm uma parcela importante na gestão e ninguém faz um bom trabalho sozinho. Tem que ter equipe e conhecimentos diferentes sendo inter-relacionados, assim como diálogo e conexões. Cada um deve assumir sua parte de responsabilidade.”