Estudo científico de médicos e pesquisadores de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Joinville publicado na revista de alto impacto “Stroke” alerta para a queda acentuada da procura de pacientes com AVC pelo atendimento em hospital de referência da cidade, em especial daqueles com quadros leves e de gravidade moderada. A redução chega a 36,4%, e, conforme o artigo, está relacionada ao receio de contaminação pelo Covid-19. Segundo apontou a pesquisa, não houve diferença nas admissões por acidente vascular cerebral grave, no mesmo período comparativo. O estudo comparou o número de pacientes de AVC admitidos na cidade após o início das restrições associadas à pandemia na cidade (definido como 17 de março de 2020) com os admitidos em 2019 e com um período equivalente imediatamente anterior ao início da quarentena em 2020. 

“A questão é preocupante, pois, sem o atendimento rápido, um AVC leve ou moderado pode evoluir para um quadro mais grave, com sequelas permanentes”, enfatiza o professor e pesquisador da Univille Paulo França, um dos autores do artigo. Além disso, pode sobrecarregar os leitos na cidade. Segundo o neurologista e pesquisador Henrique Diegoli, da Unidade de AVC do Hospital Municipal São José (HMSJ), que assina o artigo como autor principal, o atendimento de um paciente leve chega a reduzir em 80% a chance de evoluir para um quadro grave. 

Diegoli explica que o HMSJ, considerado referência no atendimento ao AVC, mantém uma ala exclusiva para pacientes acometidos pela doença, com três áreas e 30 leitos no total, duas delas divididas conforme a gravidade do paciente e uma terceira, para investigação e reabilitação. Os infectados pelo Covid-19 ficam em uma outra ala do hospital. O risco de contaminação é considerado mínimo. 

Além de Paulo França e Henrique Diegoli, o artigo é assinado pelos médicos da Unidade de AVC do Hospital Municipal São José Henrique Diegoli,  Carla Moro, Pedro Magalhães e Alexandre Longo, pela professora da UFRGS, presidente da Rede Brasil AVC e vice-presidente da World Stroke Organization, Sheila Martins, e pelas enfermeiras do Registro de AVC de Joinville (Joinvasc), Juliana Safanelli, Vivian Nagel, Rafaela Liberato e Vanessa Venancio. 

O artigo completo pode ser conferido aqui