Neste dia 23/11, reitores e dirigentes de instituições catarinenses realizaram mais visitas na Missão Japão-Singapura, promovida pela Fapesc. Eles conhceram a Embaixada do Brasil em Singapura e a National University of Singapura - NUS. Na embaixada, eles tiveram a oportunidade de conhecer um pouco sobre a história e os planos de Singapura, como também as possibilidades de parcerias.

Já na National University of Singapura - NUS foi apresentado o cenário estratégico de pesquisa, desenvolvimento e inovação em Singapura e o papel da National University of Singapura, além de visitarem o NUS Research Centre on Sustainable Urban Farming, onde se desenvolve pesquisas multidisciplinares para o desenvolvimento de fazendas urbanas de produção de vegetais aliando biologia e microbiologia vegetal, IoT e AÍ, ciência física alimentos.

Dia 10 - 23/11/2022
Visita a Embaixada do Brasil em Singapura - Embaixadora Eugenia Barthelmess e responsável Seção da Embaixada de Science, Technology & Innovation, Patricia de Mello Franco.

Fomos recebidos pela Embaixadora do Brasil em Singapura, Sra. Eugênia Barthelmess, que cumprimentou a todos pela iniciativa da missão e colocou a embaixada à disposição para mediação de contatos. A embaixadora explicou o contexto histórico e atual de Singapura no contexto internacional. Nos últimos 40 anos, a economia de Singapura foi alavancada por meio de políticas públicas que atraíram investidores e tornaram a cidade-estado sede de uma importante bolsa de valores, refino de petróleo, empresas de tecnologia, hub portuário, empresas do sistema financeiro internacional. Além disso, o Governo de Singapura investe fortemente em educação, ciência, tecnologia, bem como em saúde, mobilidade, moradia e bem-estar da população. A maioria étnica é chinesa (75% da população) e por isso Singapura mantém laços estreitos com a China. Por outro lado, o país tem vulnerabilidades por conta de não dispor de água potável (a água provém da Malásia), pouco espaço territorial (desde 1940 Singapura ampliou o seu território em 35% por conta de aterros e urbanização de áreas anteriormente alagadas), dependência energética de gás, dependência de importância de alimentos (Singapura produz menos de 20% do alimento que consome). Estas vulnerabilidades levam o governo a um planejamento que elege a ciência, a tecnologia e a inovação como prioritárias em áreas como água, alimentação, energia, mudança climática, saúde e bem-estar. Atualmente, destacam-se projetos como o da transferência do porto para outro local da ilha, sendo que o porto será totalmente inteligente e com o mínimo de operação humana. Outros projetos dizem respeito a produção de proteína animal por meio de fazendas de aquicultura, a produção de alimentos vegetais em fazendas indoor, novas tecnologias de construção frente à mudança climática e o aumento do nível do mar, entre outros.

A embaixada destacou que Singapura é muito demandada para parcerias pelos grandes países da Europa, América do Norte e China. Por isso, governo, empresas e universidades de Singapura são bastante ágeis e pragmáticos em relação à parcerias, considerando os interesses do país, os efetivos resultados a serem alcançados, inclusive em termos de retorno financeiro e a relevância dos temas propostos. Neste sentido, a embaixadora sugeriu que as instituições catarinenses elaborem um portfólio específico de propostas que poderia ser, inclusive,  articulado pela Fapesc. Com relação a startups, a embaixadora comentou que no último evento realizado em Singapura - SWITCH, a embaixada articulou a participação de 3 empresas brasileiras que causaram uma excelente repercussão e, para 2023, a embaixada pretende ampliar o número de empresas brasileiras participantes. Por fim, a embaixadora agradeceu a visita, desejou sucesso a missão e colocou a embaixada à disposição para futuras mediações.

Dia 10 - 23/11/2022
Visita a National University of Singapura - NUS

Inicialmente fomos recebidos pelo Prof. Low Teck Seng, Vice-Presidente Sênior (Sustentabilidade e Resiliência) e pelo Sr. George Loh, Diretor Sênior, Colaborações Estratégicas e Parcerias, Gabinete do Vice-Presidente Sênior e Reitor. O Prof. Low realizou uma apresentação sobre o cenário estratégico de pesquisa, desenvolvimento e inovação em Singapura e o papel da National University of Singapura. Destacou a importância da sustentabilidade e da resiliência no contexto de Singapura diante dos desafios da mudança climática, produção de alimentos, busca de energias limpas, entre outros. Neste contexto, o governo, empresas e universidades de Singapura desenvolvem pesquisa científica e tecnologia e inovação em áreas: Cidade, Água, Energia, Alimento, Natureza, Clima. Assim, caracterizou-se os desafios e o programa em cada uma destas áreas. Destacou que o planejamento é de um horizonte de 5 anos e que a tríplice hélice (governo-universidade-empresa) trabalha na perspectiva de viabilizar empreendimentos, empresas, produtos e serviços. Falou sobre a importância das parcerias com as empresas e, também, enfatizou o papel de uma educação alinhada com a visão de futuro do país em termos de sustentabilidade e resiliência. Reforçou que a NUS tem caminhado na direção de um campus sustentável e resiliente em que se apliquem ao campus as soluções tecnológicas e educacionais que vem sendo pesquisadas: o campus como um laboratório vivo!

 

A seguir foi realizada a apresentação do NUS Research Centre on Sustainable Urban Farming - SUrF pelos pesquisadores Prof Yu Hao – Chefe do Departamento de Ciências Biológicas (DBS), Prof. Prakash Kumar, Diretor SUrF, Prof. Liou Yih-Cherng - Vice-Chefe DBS, Dr. Lau On Sun – Diretor Associado SUrF,  Dr. Li Dan – Diretor Associado SUrF.

O SUrF está alinhado a meta de Singapura de produzir 30% dos alimentos que consome até 2030. Para isto, desenvolve pesquisa multidisciplinar para o desenvolvimento de fazendas urbanas de produção de vegetais, aliando biologia e microbiologia vegetal, IoT e AÍ, ciência física alimentos. A equipe é formada por mais de 20 pesquisadores que já estudavam temas ligados aosalimentos, mas que anteriormente não atuavam de forma integrada. A NUS investiu inicialmente no SUrF cerca de 10 milhões de dólares e, entre 2021 e 2022, os pesquisadores captaram investimentos adicionais de 22 milhões de dólares. Desta forma, caracterizaram algumas das áreas de pesquisa e apresentaram a fazenda urbana experimental que já está em implantação.

A seguir tivemos a oportunidade de visitar as instalações do SUrF, em especial a Urban Farm Facility. Visitamos algumas instalações incluindo 1 dos 7 laboratórios de ciências biológicas que são usados pelos cursos de graduação, mestrado e doutorado.

Nos dirigimos até a Escola de Engenharias onde fomos recebidos no departamento de engenharia civil e ambiental. Lá, tivemos a oportunidade de assistir apresentação sobre a pesquisa e inovação naquele departamento. Ainda no espaço, foi destacado o alinhamento das pesquisas com as áreas estratégicas de Singapura. Em especial, foram apresentadas informações sobre as áreas relacionadas às mudanças climáticas e a engenharia civil e ambiental tanto em aspectos relativos à engenharia em si como também em relação a aspectos sociais e comportamentais sempre visando a sustentabilidade e a resiliência.

Por fim, dialogamos com o pesquisador da NUS, o brasileiro e egresso da Unesc, Felipe de Souza, que fez doutorado na Austrália e atualmente reside em Singapura. Ele falou sobre a sua trajetória e apresentou informações sobre as pesquisas que vem realizando na NUS.