O projeto de implantação da Telemedicina na Univille e na rede pública de saúde de Joinville, que vai permitir o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a distância em especialidades, já tem garantido R$ 1,4 milhão para investir em expansão. Os recursos, provenientes de emenda parlamentar do deputado estadual Kennedy Nunes, no valor de R$ 1 milhão, e R$ 400 mil reais de contrapartida da Prefeitura, serão aplicados na compra de equipamentos médicos, computadores e câmeras especiais destinados às clínicas do Ambulatório Universitário, às Unidades Básicas de Saúde (UBS) e ao Hospital Municipal São José. “Trata-se de uma inovação importante para ampliação do acesso da população às especialidades pelo SUS e para a qualificação dos estudantes de Medicina”, comemorou o reitor da Univille, Alexandre Cidral. 

Em reunião ontem com equipe da Universidade, o secretário municipal da Saúde, Jean Rodrigues da Silva, disse que a compra dos equipamentos deve ocorrer em cerca de 90 dias, com a conclusão de processos de licitação. Univille e Secretaria da Saúde de Joinville vão celebrar a parceria com um convênio que vai permitir o repasse do material à Universidade. Em reuniões técnicas nas próximas semanas, as equipes vão discutir detalhes da operacionalização da atividade. 

Segundo o professor do curso de Medicina da Univille Humberto Thormann Bez Batti, um dos responsáveis pela iniciativa, o projeto-piloto, implantado com recursos próprios da Universidade, começa a funcionar no dia 31 de agosto em três consultórios do Ambulatório Universitário, que atende gratuitamente a comunidade no centro de Joinville. É a data do início das aulas do segundo semestre na Univille, mantidas virtualizadas desde março em função da pandemia da Covid-19. 

“Inicialmente os atendimentos vão ser para câncer de pele (dermatologia), que tem alta incidência na cidade. Com a expansão, vamos poder atender especialidades em que há maior fila de espera de pacientes, como cardiologia, e fazer exames como a espirometria (mede a capacidade pulmonar)”, ressaltou o professor. Conforme explicou, a telemedicina na prática vai ser oferecida aos alunos do 9º semestre, a princípio, como disciplina optativa em 2020. O estudo teórico do tema é realizado logo no início da graduação, faz parte da matriz curricular do curso. 

A previsão é de que sejam feitas, via telemedicina, seis consultas por dia, de acordo com a supervisora do Ambulatório Universitário da Univille, Fabiana dos Santos Marcoski. A limitação é por conta da Covid-19. “Em função da pandemia, estamos atendendo com 50% da capacidade”, explica. Fabiana teve papel central na articulação com a secretaria da saúde para alinhar as necessidades do órgão ao fim pedagógico do projeto, a formação do acadêmico de Medicina.

No Brasil, a telemedicina é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para troca de informações entre profissionais, consultas on-line, diagnóstico e até cirurgias, e já é usada no SUS e em hospitais privados.