Pesquisadores da UFSC, Univille e da Universidade de Waterloo (Canadá) estimam que o número real total de infectados (assintomáticos e sintomáticos) pela Covid-19 em Santa Catarina seja 25 vezes acima do dado oficial do governo do Estado, totalizando 65 mil. O número oficial hoje é de 2,6 mil. O levantamento considerou como principal indicador o número de mortes pela doença e por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) acima da média dos últimos anos. Conforme os estudiosos, o número de óbitos real por COVID-19 pode ser 260% maior que o dado oficial, de 51, registrado em 1º de maio. 

Segundo os cálculos, o número real de mortes pela Covid-19 no Estado somaria 130 (e não 51, dado oficial em 1º de maio). Levando em conta a letalidade da doença em torno de 1% (porcentagem considerada no mundo, baseada em dados da Coréia do Sul), o número de real de infectados sintomáticos somaria então 13 mil. No entanto, os números oficiais de infectados sintomáticos são considerados pelos cientistas apenas 20% dos casos reais. Nesse caso, chegaríamos ao total de 65 mil infectados. Comparativo: no Brasil, a estimativa oficial era de 91,5 mil casos até 1º de maio. 

Em 10 dias (24 de abril a 05 de maio), o número de casos confirmados de Covid-19 em Santa Catarina dobrou, de 1,2 mil para 2,5 mil. “Tudo indica que devemos estar em um período exponencial da curva de casos da doença, antes mais lento e com crescimento praticamente linear. O cenário é extremamente preocupante”, enfatiza o professor e pesquisador da Univille, André Lourenço Nogueira. 

Segundo ele, o salto brusco do número de casos no Estado pode ser reflexo do recente relaxamento das medidas restritivas, implementado no dia 21 de abril. O número de infectados, calcula com base em modelo matemático exponencial, pode chegar a 4 mil até o próximo fim de semana, e o reflexo da flexibilização sobre o número de óbitos só deverá ser conhecido entre os dias 20 e 30 de maio. 

Em pesquisa anterior, divulgada em março, o pesquisador da Univille mostrou estudo que revelou redução na velocidade de propagação da Covid-19 em Santa Catarina graças às medidas restritivas adotadas.