Um chamado à reflexão do professor sobre o aprendizado de fato a respeito de suas práticas pedagógicas em 2020 – inovação ou simples mudanças? – e das suas relações com os alunos durante o desafio de enfrentamento à pandemia da Covid-19, que impôs o ensino remoto emergencial. Essa foi a tônica das discussões que abriram ontem a anual Semana de Profissionalização Docente Intensiva da Univille – o UNIntegra. Na edição de 2021, o UNIntegra promove o 2º Seminário de Boas Práticas no Ensino Superior em tempos de pandemia, que vai ser realizado até sexta-feira (dia 12). Cerca de 800 inscritos participam das atividades.

O encontro para troca de experiências contou no debate da mesa redonda de abertura com as professoras Eliane Schlemmer, da Universidade do Vale dos Sinos- Unisinos (RS), Gilmara Barcelos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense – IFF (RJ), e Marly Kruger de Pesce, da Univille, todas associadas há décadas à pesquisa científica na área da educação e formação de professores.

Segundo a professora Eliane Schlemmer, mesmo com todo o conhecimento adquirido no ano passado para driblar o cenário imposto pela pandemia, ainda há um longo caminho a percorrer para aproveitar todo o potencial da conectividade para ampliar a possibilidade de protagonismo do aluno na educação. 

“Vivemos uma realidade hiperconectada com a internet que liga tudo e todos. O que isso impacta no processo de ensinar e aprender? Como se aprende nesse contexto de rede? Que pedagogias precisamos adotar para desenvolver o aprendizado?”, provocou a professora. No amplo composto destinado a potencializar o aprendizado e aprimorar capacidades, vários conceitos novos se articulam: competência digital, sabedoria digital, ensino híbrido, inovação disruptiva e até o pouco popularizado, mas transformador, poder cognitivo. Trata-se de um vasto campo para estudo e reflexão.

Na relação com alunos durante o ensino por meios digitais imposto pela pandemia, os resultados de uma pesquisa divulgada no final do ano passado servem como termômetro e indicador. O estudo, realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) com 2.728 estudantes brasileiros dos ensinos médio e universitário, a partir dos 16 anos, trouxe dados reveladores sobre o desafio enfrentado. Do total, 38% dos entrevistados disseram que tiveram dificuldades de esclarecer dúvidas com os professores; 31% criticaram a baixa qualidade dos conteúdos das aulas ou tiveram que encarar a baixa qualidade da internet; e 36% apontaram a falta de acesso a materiais de estudo como um dos principais problemas.

As discussões sobre essas e outras questões prosseguem durante a programação do UNIntegra - 2º Seminário de Boas Práticas no Ensino Superior em tempos de pandemia até sexta-feira, com oficinas e workshops matutinos a partir das 8h30 e noturnos, a partir das 19h.

Confira a programação completa aqui.