Condutas Frente à Situação de Violência ou de Violação de Direito
A primeira e mais importante atitude de qualquer profissional da instituição deve ser o acolhimento humanizado da vítima. Essa abordagem deve ser pautada nos seguintes princípios:
1. Não julgar: Receba o relato da vítima com empatia, sem fazer perguntas invasivas, indutoras ou que impliquem culpa. Não faça comentários que expressem julgamento moral. Independentemente das circunstâncias, a violência nunca é justificável. Adota uma postura neutra implica em não expor opiniões pessoais sobre a situação, mas sim mostrar apoio, concentrando-se no bem-estar da vítima.
2. Ouvir atentamente: o primeiro passo ao lidar com uma vítima de violência é ouvir sua história sem interrupções, possibilitando que a pessoa fale no seu tempo. Isso inclui escutar com empatia, demonstrando interesse genuíno pelo que a vítima está relatando.
3. Oferecer apoio incondicional: ofereça apoio prático e emocional, garantindo que a vítima saiba que ela tem direito a recursos legais, psicológicos e sociais, assegurando que sua experiência está sendo tratada com seriedade.
4. Ofereça confidencialidade: Garantir que o relato da vítima será mantido em sigilo, a menos que a própria vítima decida ou autorize compartilhá-lo com outras pessoas ou autoridades. Essa garantia é fundamental para que ela se sinta segura para falar, sem medo de julgamentos externos ou retaliações, fortalecendo o vínculo de confiança e proteção.
5. Respeitar o silêncio: muitas vezes, a vítima pode hesitar ou se sentir incapaz de fornecer todos os detalhes. Respeitar esses momentos de silêncio é essencial. Não pressionar a vítima para falar mais do que está confortável em dizer. O silêncio, nesse contexto, também é uma forma de expressão.
6. Não minimizar a experiência: jamais minimize ou duvide do relato da vítima. Cada pessoa reage de maneira diferente a traumas e o que pode parecer "pequeno" para alguns pode ser profundamente traumático para outros. O papel do ouvinte é validar a experiência e os sentimentos da vítima, sem comparar ou minimizar.
7. Evitar qualquer forma de culpabilização: culpabilização da vítima ocorre quando alguém sugere, direta ou indiretamente, que a vítima provocou ou permitiu a violência de alguma forma. Comentários como "se você não tivesse saído sozinha", "você bebeu demais", ou "por que você não reagiu?" "Por que você estava naquele lugar?", "Você não tentou impedir?", "O que você estava vestindo?". Essas perguntas transmitem julgamento e podem fazer com que a vítima se sinta culpada ou envergonhada pelo que aconteceu. O olhar de acolhimento deve ser em relação ao que a vítima traz de relato, nunca questionando as circunstâncias ou as decisões da vítima.
8. Superar preconceitos e estereótipos: alguns tipos de violência, como violência sexual ou doméstica, ainda carregam preconceitos ou estigmas em muitas culturas. É essencial que o atendimento seja livre de julgamentos relacionados ao gênero, raça, classe social, orientação sexual, deficiência ou qualquer outro marcador social. A experiência de cada vítima é única, e não deve ser tratada de maneira estereotipada com base no gênero, orientação sexual, raça, classe social ou qualquer outro fator.
9. Respeitar o tempo e o ritmo da vítima: a vítima pode não estar pronta para tomar decisões imediatas, como denunciar o agressor ou buscar assistência jurídica. Forçá-la a agir antes de estar emocionalmente preparada é desrespeitoso e pode intensificar o trauma. Respeitar o tempo da vítima é essencial. O papel da equipe de apoio é fornecer todas as opções e informações, permitindo que ela tome decisões com as quais se sinta segura e confortável.
10. Apoiar na reconstrução de autonomia: uma característica comum em situações de violência é o sentimento de perda de controle sobre a vida. Uma forma de oferecer apoio sem julgamento é ajudar a vítima a recuperar sua autonomia, permitindo que ela faça escolhas informadas e conscientes sobre o que deseja fazer a seguir. O apoio deve ser oferecido sem pressão, permitindo que a vítima decida os próximos passos, sejam eles denunciar o agressor, buscar apoio psicológico ou, simplesmente, continuar com sua rotina normal.
11. Respeitar a dor: a dor do outro é sempre legítima e precisa ser respeitada. Nunca saberemos qual a história de vida, quais situações este sujeito já enfrentou e os motivos que o levam a pensar daquela maneira ou sentir com tamanha intensidade aquela dor. Compreender o contexto social da vítima é necessário para que se tenha um acolhimento assertivo. Compreender o contexto social e histórico da vítima é essencial para um acolhimento efetivo e sensível às suas reais necessidades
Frases que demonstram apoio SEM JULGAMENTO
- “Você não está sozinha. Estamos aqui para ajudar.”
- “Estou aqui para ouvir, no seu tempo e sem julgamentos.”
- “O que você decidir fazer, estaremos ao seu lado.”
- “Não foi sua culpa, de forma alguma.”
- “Seu bem-estar é nossa prioridade. Não hesite em buscar nossa ajuda.”
- “Você tem direito a ser ouvida e a receber o suporte que precisa.”
Canais de Denúncia
Presencial:
- Central de Relacionamento com o Estudante - Bloco B, sala 103
- Segunda a sexta-feira, da 8h às 22h
Virtual:
- Telefone: (47) 3461-9020
- WhatsApp geral da CRE: (47) 98455-0714
- E-mail geral da CRE: cre@univille.br
- WhatsApp direto com Assistente Social: (47) 99927-5765
- E-mail: cre.social@univille.br